Da “boa dupla” com Rui Rocha “pintado de verde” ao “farol desorientado”. Campanha entra na semana final

Está dado o sinal verde para a última semana de campanha eleitoral e no caso da Iniciativa Liberal (IL) foi feito de forma literal depois do seu líder, Rui Rocha ter sido atingido com pó verde durante um comício em Lisboa, por dois ativistas que apareceram no palco onde discursava com um cartaz contra os combustíveis fósseis.
Logo de seguida, o outro jovem, com uma garrafa de ‘spray’, atirou tinta verde contra a cara e o dorso de Rui Rocha, tendo depois ambos sido retirados do palco pela equipa da IL.
Rui Rocha estava no início do seu discurso durante o comício de Lisboa, quando dois jovens subiram ao palco, um deles com um cartaz em que se lia “para a nossa espécie não ficar extinta, fim ao fóssil 2030”.
O líder da IL reagiu ao incidente afirmando que todos têm o direito a falar, retirando o ‘blazer’, mas continuando a discursar com a cara coberta por tinta verde.
Horas antes deste incidente e no final de um jogo de vólei de praia, o presidente do Partido Social Democrata (PSD) admitiu que poderá fazer “uma boa dupla” com o líder da IL, embora sem saber como é que ele joga.
Luís Montenegro foi questionado se também não se importaria de jogar com Rui Rocha, tal como ele tinha manifestado disponibilidade. “Eu também não. Aliás, ele deve ter ganho esse apelo pelo vólei aqui em Espinho. Ele já viveu cá, sentiu-se inspirado, com certeza, e ainda bem”, disse Montenegro.
À pergunta se faria uma boa dupla com o líder da IL, Montenegro disse: “Eu não sei o que é que ele joga, mas vou admitir que sim. Partimos sempre de um espírito positivo”.
No sábado, o presidente da Il, Rui Rocha, também jogou vólei de praia na campanha e manifestou-se disponível para acolher na sua quadra quem quiser mudança, numa alusão implícita a futuros entendimentos pós-eleitorais com a AD.
Já no comício de sábado em Famalicão, o líder do CDS-PP, Nuno Melo, salientou que a AD “é uma coligação entre dois partidos, o CDS e o PSD”, enquanto Montenegro falou pediu nas eleições de 18 de maio “uma grande coligação com os portugueses”.
Quem não quer ver a esquerda esbarrar no poste é Rui Tavares, porta-voz do Livre que advertiu o eleitorado de que nesta última semana de campanha a esquerda está a “uma bola no poste” de ultrapassar a direita e que, até dia 18 de maio, está tudo em aberto.
“Entramos nesta segunda semana de campanha ali à distância de uma bola no poste de podermos fazer a diferença”, alertou Rui Tavares junto à Quinta dos Ingleses em Cascais, no distrito de Lisboa, numa manhã dedicada ao ambiente.
O porta-voz do Livre acusou ainda Luís Montenegro, de ser “um fraco farol” e estar “completamente desorientado na sua bússola moral” ao guiar o país para situações “muito difíceis”.
Esta apreciação do dirigente do Livre surgiu depois de Luís Montenegro ter dito no sábado sentir “a responsabilidade de ser o farol do país”, com a oposição sempre a olhar para trás, apelando a que os portugueses que querem estabilidade “votem massivamente” na Aliança Democrática (AD).
Por sua vez, Pedro Nuno Santos considera que, num momento de instabilidade, os portugueses preferem na governação o PS, que “nunca falhou nos momentos difíceis” e não a AD, que acusou de “nunca estar com o povo quando é preciso”.
Num almoço comício em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, Pedro Nuno Santos voltou a atirar à forma como acusa “a AD de governar quando os tempos são difíceis para os portugueses”, considerando que PSD e CDS-PP “nunca foram bons” a “lidar com situações adversas ou de crise”.
O líder do PS referiu que, na crise financeira, com um Governo da AD quem “pagou a sério foram os trabalhadores, foram as famílias, foram os pensionistas”. “Com a AD a governar em tempos difíceis, quem sofre sempre é o povo, é quem trabalha. São os reformados”, disse.
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